5 de dezembro de 2012

Breve

Eu tinha esquecido como era se sentir assim tão leve mesmo estando sempre em crise com a balança.
Não sabia mais como era querer estar perto e longe ao mesmo tempo..
Não lembrava de tanta coisa, de como é bom passar uma tarde de chuva deitada, acompanhada, de saber que tem alguém esperando lá fora, de lembrar de um momento compartilhado e rir sozinha no ônibus, de ficar feliz por receber um boa noite, e um recado dizendo que não dormirá com anjos hoje, porque a sua está longe... Faltava algo que eu nem sentia falta, alguém que topasse estar ao seu lado em qualquer loucura,  só para ainda assim, estar ao seu lado.
O vazio que tinha antes era estranho porque não incomodava, só estava ali ocupando seu espaço cheio de nada esperando para abrigar alguém aleatoriamente  Alguém que aos poucos fosse mostrando que mesmo não sendo/tendo nada daquilo que se idolatrava conseguiu roubar horas no seu dia de pensamentos.

Cada instante renovado, a alma mais límpida, o querer mais exposto, a vontade acima da pele, o desejo no toque, o olhar que não fixa, as mãos trêmulas, a voz que não exala, o coração acelerado, adrenalina, serotonina, bioquímica...do que mesmo? Daquilo que você tanto temia em dizer, meu amor. Silêncio. O beijo. O ar renovado de boas energias e um até breve mais leve...

"Força e delicadeza
Sonho e precisão
Seja firme, seja leve
Seja breve" - P.V.

20 de novembro de 2012

Alguns km's de vida a mais

É engraçado quando as oportunidades de fazer certas loucuras vem até nós. A gente pensa, analisa as possibilidades, os prós e contras e de repente está embarcando, se jogando..
Foi assim que aconteceu, não faz muito tempo.
Resolvi encarar uma viagem que eu acreditava nunca realizar na minha vida. Conheci o projeto Conexão Sul pelo Bio/UFSC e admito que estremeci um pouco antes de aceitar a chance. 

A ideia era pedalar com um pessoal, só até ali no Rio grande do Sul, na cidade de Maquiné, embarcando aqui da capital de Santa Catarina. O fato era que eu não conhecia ninguém muito bem, não pedalava a tempo, pra falar a verdade adquiri meu meio de transporte um mês antes da viagem, providenciei os acessórios e esperei.
Esperava conhecer melhor pessoas que eu via apenas de vista uma festa ou outra, ou um esbarrão pelo campus. Acreditava que a união nos empurraria ao além, ao infinito, ao objetivo.. Acreditava que com certeza eu encontraria olhares encorajadores, olhares de piedade e até alguns impacientes. Acreditava encontrar sorrisos de cansaço, de alegria, almas transbordando satisfação consigo mesmo. Acreditava encontrar briga, discussão, pressa, calma demais, piadas, músicas. Acreditava nas pessoas.
Foi tudo isso e mais um pouco.
O pouco que eu não consigo definir ao certo, porque simplesmente não existem muitas palavras que definem os 7 dias de viagem, os tantos pneus estourados, os morros infinitos, o vento contra, a chuva, a cachoeira, a água da santa, o mar revolto, a goiabada que dava força, o axé, a comida coletiva, os alongamentos, as conversas, as lágrimas, o descobrir-se como capaz... e tanto mais..
Só tenho a agradecer a todos que se fizeram presente nessa viagem, não só como corpo pulsante e presente, mas como almas que transbordam energias vivas e que de algum modo estiveram do meu lado! 
Eu consegui, me superei e hoje já não sou mais a mesma! 

"Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos, nem objetivos
Nós estamos vivos e é tudo
É sobretudo a lei
Dessa infinita highway" - Engenheiros do hawaii

24 de outubro de 2012

3 x 4



 Sempre funcionei melhor quando falo de amor, paixão, dor... Mas admito meu caro, não consigo jogar nada em páginas e páginas em branco, falar algo bonito e romântico, que toque no fundo na alma, que faça estremecer o peito aqui dentro. Nada. Será que nada reluz o que está preenchendo o meu eu? Será então que é tudo disfarce essa vontade, saudade, essa risada frouxa e inesperada? No  fundo quero acreditar, que o sentimento é isso: nada, vazio.
 O vazio que só de pensar em ficar cheio aperta, provoca frio e saudade. O vazio que nos faz explodir de tanta vontade de encher, de crescer, de amar... O vazio que nos impulsiona  a viver o que nos for possível, de aproveitar cada segundo juntos, de contar histórias, de derramar lágrimas, contar nossas mágoas, apagar chamas que ainda soltavam faíscas e machucavam, de viver loucuras porque não? De ser sinceros, de viver na verdade e nada mais do que a verdade.
 Eu sou assim, tão cheia de manias e intolerante, e você assim, tão flexível e cheio de simplicidade... Vamos unir o útil ao inútil e ao que nos faz feliz, vamos viver e só. Deixar o resto ser apenas o resto que nos mantém vazios, assim tão cheios de vontade! 


"Somos o que há de melhor
Somos o que dá pra fazer

O que não dá pra evitar

E não se pode escolher"

19 de outubro de 2012

I feel



E é assim que eu me pego as vezes: Tentando me equilibrar por cima dos trilhos da vida, meio desesperada, insegura, com medo do imprevisto desagradável.. Mas no fundo: com mais vontade de ir a frente do que de parar ou diminuir o ritmo. Penso nessas horas também numa frase que disseram-me esses tempos. Algo mais ou menos assim: "como não ter sede de viver sem lembrar da Ana Carolina Schmitz.."
Realmente, ter lido isso sobre mim, me fez refletir muito; no fundo é exatamente isso que me define: possuir na minha essência tanta vontade escondida, tanta sede de saber mais e viver intensamente aquilo que me faz bem, que me provoca risos...E é assim que vivo, percorrendo os trilhos da vida, hora lineares, hora conturbados, sem olhar muito os tropeços que ficaram para trás, ou aquilo que já não me acrescenta mais, talvez não com olhar de saudades ou arrependimento, mas como aprendizado que por algum motivo qualquer e em algum momento trouxe um significado considerável na minha existência.
Sei que todos tem essa vontade súbita de viver dentro de si, facilmente explicável biologicamente, mas a questão é que as vezes falta deixar-se descobrir como ser que realmente VIVE!

8 de agosto de 2012

Variações Sentimentais

Essa velha mania de pessoa desocupada anda me influenciando novamente. Nada mais distrai, atrai..
O tempo que eu precisava para ler, assistir filmes, seriados e ouvir aquelas velhas músicas que me fazem pulsar mais forte eu tive. Mas não foi o suficiente. As voltas seguidas dos ponteiros no relógio talvez tenham sobrado, o que faltou de fato foi algo que eu ainda não sei. Talvez alguém? Alguns?
Não estou no momento de me prender a um sentimento forte e estrondoso, queria apenas conhecer mais daqueles que já conheço, viver mais momentos perto deles, trocar sorrisos, frases clichês para provar da sua importância na minha vida. Queria trocar olhares que excitam. Excitam a vontade de viver um no outro, de evoluir, querer saber mais, viver mais...
Não me interessa mais quem, só quero encontrar alguém ou alguns, dispostos a viver exatamente o que eu preciso para me sentir assim tão, completa.

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E tudo isso, já fez algum sentido antes, agora volta.
Você já percebeu essa entonação variável dentro do seu sentir?
É o humano pulsando mais forte e fazendo-se presente.

24 de junho de 2012

Indo e vindo


Ontem eu passei tinta sobre uma parede branca. A tinta também era branca mas a parede estava suja, mal pintada, enfim, era necessário a mudança.
Noite passada sonhei. Estranhamente pela primeira vez, com aquela universidade a quilômetros de mim.

Sinal combinado?
Mudanças a vista?

Não sei bem ainda o que, o fato é que me fez pensar em quantas mudanças vem se concretizando na minha vida, cotidianas, pequenas, boas ou ruins. Metamorfoses que eu acreditava não fazer diferença em mim, mas estão me ensinando muito mais do aquela vida parada com tempo para tudo e todos.
Mas enfim, será que é fase? Ou será que a vida nos leva desse jeito?

Não posso acreditar muito nisso, nós somos e fazemos mudança.
Os planos é que agora mudaram, a vida é aqui, lutando pela profissional melhor, a filha, funcionária, a amiga melhor. Me reconstruir em cima de um sonho adiado, viver as pessoas intensamente, conhecer novas, deixar que me conheçam, simplesmente me entregar.
É certo que não deixei nada disso de lado diante da espera, mas sinto que era mais sucinto, sem muito gosto de quero mais, forma natural de se afastar aos poucos. Mas não preciso mais, quero novos planos, novos sentires, olhares brilhantes encontrando os meus, olhares sinceros e que não se importem  em ficar vidrados, simplesmente por serem verdadeiros. Aventuras, adrenalina, fugidas... Bom, tudo isso que habita em mim e que me trás ao êxtase.

Dentre idas e vindas, mutações me fizeram evoluir, e como é esse o meu sonho maior - ser melhor hoje do que ontem; fico feliz em concluir isso.

"Se agregar não é segregar
Se agora for, foi-se a hora
Dispensar não é não pensar
Se saciou foi-se em bora" - TM

27 de maio de 2012

Pensamentos Aleatórios


Estou ainda tentando me acostumar com esse mundo. Pessoas se afastam, não olham mais em seus olhos, são injustas quando eu já não posso mais falar nada, sobrepõe sua arrogância, te rotulam por um trabalho honesto e simples, não valorizam seu esforço, não estão preocupados com os meios querem apenas os fins 
As pessoas apenas mudam, e o fazem sem deixar um porque do fim na sua vida, por mais duro que seja falar, tenho certeza que não é tanto quanto não saber. Acabam-se as relações hoje em dia, de uma forma muito injusta, não se há mais diálogo, sinceridade, pessoas dispostas ao esclarecimento. Todos tem o direito de cair fora, mas não de deixar um motivo apenas. Como querem que haja evolução nesse tipo de situação?
E não foram uma nem duas vezes na minha vida, cansei de pessoas vazias.
Isso é muito além de eu aceitar ou não, até porque se eu não aceitar o problema é inteiramente meu, depois da despedida cada um age diante da situação de uma maneira pessoal. O que tiro no final de tudo isso é que todo e qualquer tipo de julgamento surge daí, da falta de conversa e informação segura. Então aos que me julgam eu só tenho a dizer que por mais que pareça eu não me importo, mas lamento o fato de ter sumido assim sem me acrescentar mais nada, deixando perder todo o resto que vivemos lá trás ou aquilo que poderíamos viver logo mais a frente...