24 de novembro de 2009

Nossa escola




Onde conhecemos o mundo, os problemas sociais, as relações entre os seres, como funciona isso ou aquilo, onde geralmente pronunciamos aquela frase: "quando eu vou usar isso na minha vida?". Não adianta, ser o mais nerd da turma não te escapará de pelo menos uma vez você pensar e pronunciar essa tão famosa frase.
Os primeiros anos são fáceis; quando já passamos por eles é claro. O máximo que terá que fazer é o dever de casa, e assim aprenderá muito bem a ler, escrever, somar e subtrair. É nessa fase que você pensa só ir para escola realmente para aprender, pois seus amigos estão na rua de sua casa, ou fazem parte da sua família. Mas isso não o impede de fazer brotar uma amizade de infância ou coleguinhas que marcarão sua vida. Brincadeiras tradicionais e momentos de diversão não são descartados, mas depois de um tempo só farão parte de uma lembrança remota, nem tão importante.
Nos últimos anos do ensino fundamental é quando geralmente a maioria dos alunos vai para escola não só para aprender, às vezes nem para isso, diga-se de passagem. Eles vão para "azarar" perder o Bv, fingir que é gente grande "pegando umas gatinhas" e até gatinhos, no caso delas. Ninguém está escapo a isso, e mesmo os que vão bem nas aulas uma hora se interessarão por alguém da turma.
E então depois do oitavo ano, onde se arrecada fundos para ir a um parque temático no final do ano, e para a formatura, que para os adultos nem possui tamanha importância, porque é só a oitava série, a pessoa vai para o tão sonhado Ensino Médio.
Onde tudo muda novos conceitos, preocupações, responsabilidades surgem, assim como as namoradas (os) fixas, a verdadeira descoberta da sexualidade; para muitos, a "pegação", e a preparação para a hora de decidir o que se fará da vida, a profissão que irá seguir.
São nesses três anos - para muitos mais que isso; que o mundo desta pessoa gira em uma velocidade incrível. Tantas coisas mudam em questão de dias, horas, segundos. Não que para alguém que já tenha passado desta fase, isso não aconteça, mas no ensino médio, é diferente, porque é imaturo, porque só muda na parte teórica, e só aos poucos é que se descobre o praticável, o difícil. E como as mudanças vão acontecendo assim, é tudo mágico, irreal, surpreendente.
Precisamos então da ajuda, da família, dos professores, e dos amigos, para passar por essa fase, da melhor maneira possível, para não perdemos o nosso verdadeiro Eu existente em nossas almas, aquele Eu que vem desde o berçário e que ninguém mais conseguirá nos retirar, a menos que decidamos perde-lo e nos transformamos em máquinas da moda, daquilo que é visto, e influenciável.


Sem a escola, o que seria de nós então?
Se é a partir dela que conhecemos nossos amigos, muitos ficarão para sempre ao nosso lado. É na escola que aprenderemos o verdadeiro significado da vida, daremos valor aos professores, aquilo que nos é ensinado, aos nossos pais, família, e principalmente ao mundo que nos espera lá fora, após o tocar dos sinos ao final da aula. Onde mostremos então, o nosso Eu alfabetizado, para uma profissão, uma família, e principalmente o nosso Eu que correrá atrás dos maiores e impossíveis sonhos que teremos ou temos, sem medo, sem pessimismo. Pois a escola nos ensina acima de tudo a termos Esperança, de um mundo melhor.
O mundo que nós mesmos construiremos, como verdadeiros cidadões que não conseguiriam de forma alguma sem antes ter passado pela Escola.


Ao final do terceiro ano, nada acaba muito pelo contrário, tudo começa, o mundo chega a nós, e finalmente colocaremos em prática aquilo que nos ensinaram em tantos anos de aprendizagem. O mundo será novo em nossas vidas, conheceremos novos rumos a tomar, realizaremos sonhos, desejos e viagens. Mas sempre lembrando com o maior carinho daquilo que nos fez gente, e nos colocou de pé dispostos a ultrapassar barreiras e desafios, a Escola.
Voaremos então pela escola da vida, onde aprenderemos dali para frente, construindo nossos caminhos, em busca de um Eu melhor.


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"E a nossa história não estará pelo avesso assim sem final feliz. Teremos coisas bonitas pra contar. E até lá vamos viver; temos muito ainda por fazer. Não olhe pra tras; apenas começamos. O mundo começa agora. Apenas começamos!"
Renato Russo.


19 de novembro de 2009

Num piscar de olhos





 
Lendo textos e mais textos, além de livros, e muitas outras formas de descrever, momentos, sentimentos, dores e amores, parei para pensar no significado de uma palavra que utilizamos tanto em nosso dia a dia, mas quase nunca paramos para sentir a força que ela nos causa ao ser pronunciada, ou ouvida: Mudança. O dicionário nos diz: modificação do estado de algo troca de lugar.
  Colocando-a em prática, será que seria simplesmente trocar?
  Não. Mudança é uma palavra muito mais forte do que imaginamos, assim como amor, paixão, desejo, saudade, e tantas outras palavras indecifráveis pelo ser humano, mudança nos traz sentimentos indefinidos, às vezes bons, outras nem tanto.
  Na prática, na nossa vida cotidiana, ela na maioria das vezes vem como sendo sinônimo de algo bom. Mudar os móveis, a cor da sala, a posição do quadro, a foto do retrato, a dieta da semana, enfim inúmeros ocorrentes presentes nas nossas vidas que realmente nos traz algo de bom, nos faz sentir melhor, por estar "mudando".
Por que para o homem, a falta da mudança, traz consigo o comodismo, a inércia, a preguiça, entre outros sentimentos ruins, ou simplesmente não nos traz alegrias, o que seria mais fácil de concluir.
  Contudo, se considerarmos pessoas, muitas mudanças trazem acima de tudo a dor, da perda, da falta, do querer. Dor que se espalha, que bate forte na gente, que nos deixa triste, buscando respostas, caminhos em meio a tempestade, caminhos completamente inseguros, e nos mostra o lado triste da vida.
  Mudar de pessoas, é triste, em fases de nossa vida, porém necessária. Porque estar junto se já não existe mais amizade? Amor? Desejo? Então conjugamos o verbo. Mudamos. De hábitos, lugares, e abrimos mão de quem já não faz mais sentido estar por perto. Por nós e pelos outros.
  Se pararmos para pensar um pouco em quantas pessoas entraram e saíram das nossas vidas, perderemos a conta, mas o que importa não é a tristeza de perder a pessoa, mas sim o que ela nos ensinou, o que ela mudou em nós, o que ela nos disse que nos fez encontrar a nós mesmos, dentro de nossos corações, encontrar sentido na personalidade que vem com nossa sombra, e que nos faz seres melhores. Então para que entristecer? Se a pessoa em si já te ensinou, já fez parte do momento na tua vida que era pra ser? Para que? Têm-se é que continuar caminhando, encontrando e perdendo novas pessoas, para que a mensagem e o significado da vida sejam repassados, e sentidos; não é mesmo?
  Encontraremos muitas pessoas ainda que farão a diferença e que nos ensinarão algo que vai mudar completamente nossa maneira de pensar e agir. Até que um dia, tudo acabe, e em próximas gerações, o ciclo continue, e a mudança prevaleça. Porque afinal de contas, é a mudança que move a vida, e a relação do seres entre si, que nos faz pessoas melhores, nos ensina, e nos fortalece. Nos faz deixar cair lágrimas também, admito, mas é por um bem, que mudará o mundo, ou a quem viva nele. Sendo o tempo o seu principal aliado, que fecha as feridas que esta provocou, e que nos fará sorrir novamente, com momentos, lugares, e pessoas, novas, que serão mudanças em nossas vidas.






Ana Carolina.


 "Todos os dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou. Mas tenho muito tempo; temos todo o tempo do mundo... Todos os dias antes de dormir lembro e esqueço como foi o dia. Sempre em frente; Não temos tempo a perder..."

Renato Russo.