26 de janeiro de 2011

Calma


O tempo para, ele passa, ele esvaia por entre as mãos, como grãos de areia numa praia deserta.
Vazia como o espaço aqui dentro. Cheio de nada, e cheio de ânsia.
Vontade de correr, voar, de viver.
 -Calma! - Disse-me uma voz distante: o que plantamos hoje colheremos amanhã!
Soltei uma risada irônica - como a maioria delas; e pensei, "ditos populares me consolando? a que ponto cheguei..."
   ~~                                             ~~

Mas espere, essa palavra nao me é estranha: Amanhã.
Um dia a mais, uma noite quente, um esperar frente ao relógio... O que custa-me?
És acostumada a isso, teus vôos estão agendados, tudo correrá bem, contudo sacríficios até aqui realizados, ainda não provaram essa muralha que dizes ser.
Com isso, acalmei-me.
Chega de levar a rotina como uma grande espera, vamos fazer dos sacríficios a mesma, ela que dize-se tão gloriosa: a Vida!

E assim, a conversa com minha consciência me convenceu a enxergar os fatos com menos frieza e mais sorrisos!

"Calma. As suas escolhas tem sempre metade das chances de dar certo.
 É assim pra todo mundo."

14 de janeiro de 2011

Ana e o mar

As vezes o tempo para. Você desliga-se por completo e entra na caixinha do nada. Ouve cada som que a natureza lhe proporciona, e percebe o tocar de cada canto da praia em que você encontra-se. É noite, sem estrelas, sem lua cheia. Uma brisa que vem do mar, leva seus cabelos levemente naquela direção. Você sente seus pés na areia, a onda que bate em você, que outrora volta, sem pressa, como o pulsar do coração desprovido de adrenalina, ritmadamente, como a maioria das coisas em sua vida.
Natureza. Essa é a palavra exata que te faz repensar exatamente tudo ao seu redor. Descansar a mente significa estar em contato com ela. O melhor refúgio, em dias de sol ou de chuva. O lugar que o homem teme, que o homem destrói que destrói o homem.
Mas, acima de tudo, o lugar que o homem integra.

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Hoje, e em todo o tempo, quero poder te-la por perto, porque o que seria da Ana sem o mar?
Como dizia um poeta "anônimo"...
Essa coragem e  insignificância que o homem possui sobre a natureza me impressiona. É o todo poderoso, provido de uma tabela que a defini nos seus minuciosos detalhes, mas que por esses mesmos detalhes, pode também morrer.
É o tudo, e o nada. O completo e o incompleto. É Ele, e o servo. É você, e eu.
Nada me faz pensar tanto quanto essa relação desleal e traiçoeira.
Ainda mais quando, um sapiens, dirige-se a você com tamanha hipocrisia, humilha-te e depois some. Como se a natureza, não nos desse uma outra chance, com um novo dia de sol, um amanhecer, novas azas, novos sonhos, uma pista para decolar, e acima de tudo Vontade de voar.
Minha hora está chegando, e nada vai me deter agora, nem mais um sentimento tão forte me prenderá dessa forma. Mesmo que seja eterno.






"Veio de manhã molhar os pés na primeira onda.
Abriu os braços devagar e se entregou ao vento
O sol veio avisar que de noite ele seria a lua,
Pra poder iluminar Ana, o céu e o mar..." ♪

4 de janeiro de 2011

Amor de Verão

Sempre sonhei, sempre babei diante de livros e filmes que tivesse como pano de fundo uma história de amor veraneia. E o que fazer quando este acontece com você?
Amor, talvez seja uma palavra um tanto quanto forte, vamos considerar Paixão, uma de verão, tão aquecida quanto o calor do sol, e tão refrescante quanto a chuva ao cair da tarde. Aquela que possui cor forte comparada a um pôr do sol...
Acima de qualquer prazer obsoleto que possa definir uma paixão sazonal, existe ainda a felicidade de poder ter alguém ao seu lado. Que tenta conquistar-te a cada nova chegada na rodoviária. Que diz-se hipnotizado com o seu olhar e que ao mesmo tempo te deixa nas nuvens com um olhar profundo e sincero.
É algo diferente e recomendável aos aventureiros.
Ainda é cedo para dizer que dure o verão inteiro, mas indiferente a isso, o sentimento que carrego aqui é suficiente para encher minha caixinha de lembranças. A caixinha que na correria da vida nos deixa mais leve, pois nos faz lembrar de parar um pouco para sentir em pensamentos, os prazeres que a vida nos proporciona.
A universidade está batendo na porta, logo enfrentarei novos desafios, mas nada que uma boa lembrança do verão para ajudar a acalentar meu coração. Ou quem sabe ainda, tua presença distante e breve no outono, inverno...
O que nos é guardado será aberto, não há mais preça para ser feliz...

"E, mesmo que eu te me perca,
Nunca mais serei aquela que se fez seca
Vendo a vida passar pela janela"


Maria Gadu - Quando Fui Chuva

Maria Gadú - Quando Fui Chuva