27 de fevereiro de 2011

Homem


Oitenta anos de vida são carregados em histórias e sofrimentos pelo meu querido vovô. Um personagem que aqui eu não imaginaria escrever sobre, tão cedo. Mas sabe, tenho sentido mais amor pelos meus velhos avós. Um sábado fresco e um almoço de família tipicamente alemã, com a oração antes da primeira garfada e uma tarde de nostalgia. As histórias de brincadeiras e de lutas dos meu tios, que para mim sempre foram velhos o suficiente para não entenderem o que se passa na minha vida, mas que agora fazem parte da minha imaginação como crianças travessas e humildes.
Família é algo tão fundamental que por tanta importância nos deixamos acomodar sem, depois de um tempo percebemos a falta, de tudo. Daquelas pessoas únicas com quem você sempre poderá contar e que nunca vão rir do se verdadeiro eu.
Mas antes de família, humanos, e está aí uma grande incógnita que faz-me perder o sono. Esses seres estranhos que antes de qualquer cultura ou religião são egoístas e prepotentes. E que após alguns anos de  aprendizado, relacionam-se buscando uma perfeita harmonia, ajudando-se e sorrindo uns para os outros.
 Essa coisa toda de querer entende-los é fascinante, eu queria a fórmula, o saber superior de cada gesto, cada sorriso desse ser tão impressionante quanto sua ignorância.
Ta aí uma boa pedida para uma nova busca na minha vida, entender esse ser tão complexo e sua evolução...

"O macaco pelado, mesmo quando adulto, é um macaco brincalhão. Tudo está ligado à sua natureza exploradora. Está constantemente levando as coisas até os limites, tentando assustar-se a si próprio, amedrontando-se sem se magoar, e, então, manifesta alívio com acessos de gargalhadas contagiantes."

Desmond Morris - O Macaco Nu



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