11 de setembro de 2010

Promessa ou previsão?



Os dois sempre vinham ali para conversar, colocar os assuntos em dia, de como aquela semana que acabara tinha sido. Ele porém estava distante, mais quieto, ela não sabia definir.
De repente, no meio de um silêncio agradável, ele olhou em seus olhos profundamente e disse:
- Você me promete uma coisa?
- Si.... - ela hesitou - Sim? quero dizer, nós já estamos a tanto tempo juntos, será que uma promessa é relativamente necessária?
-Se eu pudesse prever o futuro, acredito que não, mas sabe de uma coisa? Imagine uma bifurcação, nós estamos sujeitos a isso diariamente, e eu tenho medo de não poder mais vir te visitar aos finais de semana, ou matar aula e serviço para conversar contigo em uma praça...Acho que você me entende não é?
- É, entendo, mas nos damos tão bem sabe, e eu realmente não consigo imaginar uma briga tão grave que nos possa, separar? nossa essa palavra é dura demais...
- Afinal, você me promete ou não?
- Posso ouvir a proposta antes?
Ele abriu um sorriso, e com a voz doce de quem pede algo para a mamãe disse:
- Quando nós estivermos velhos, com sessenta ou setenta anos de idade, você promete tentar me encontrar? Você sabe meu nom me, e acho que se hoje em dia é fácil encontrar alguém, daqui a algum tempo será mais rápido ainda...Promete?
Assustada com as palavras, ela não conseguiu emitir nenhum som e ele continuou:
- Eu sei, eu sou um cara um tanto quanto descontente com as respostas que me dão, e já sofri muito por amor. Temos uma relação estável, mas isso não nos garante amor eterno, mas gostaria que se acontecesse algo, quero dizer, uma bifurcação, eu pudesse te reencontrar para falarmos sobre nossas experiências e conquistas, entende? 
Depois de mais ou menos um minuto de silêncio incomodo, ela finalmente falou:
- Tudo bem, mas você poderia repetir seu sobrenome novamente senhor?
Ambos deram longa risada por tamanha ironia, seguida de um beijo intenso roubado por ele - Sem hesitar, pois já não havia mais motivos para se preocupar, seus futuros erros poderiam ser corrigidos com uma xícara de chá em um café no centro da cidade, daqui a algumas décadas. Como se aquela traição já estivesse prevista, como se ele já sentisse falta de alguém para contar seus sonhos, e como tinha sido sua semana...

Ana Carolina




Nenhum comentário:

Postar um comentário