6 de janeiro de 2010

não reacenderá mais




 

Ouvindo uma triste história de amor percebi que minha dor de traição, de troca, de outra, é muito menor do que a dor do amor impossível, amor que não se vive porque há indecisão, insegurança, medo, amor que dói por existir e ter que se guardar no fundo de dois corações separados pela mera atração e dependência física de uns outros ou outras...
Medir dor, amor, medir sentimentos?
Não, isso não existe, o que escrevo aqui é apenas comparação que me faz concluir apenas, que a dor existente em meu coração ainda, só faz é rir de mim, por ainda pensar tanto, e sofrer tanto. Era de imagens de amor do meu antigo amor que eu precisava ver, para que a ficha caísse de vez, e que eu finalmente percebesse, quantas lágrimas e abraços falsos eu ganhei, além de "eu te amo" perdidos, e momentos de êxtase em que o corpo respondia por si só, e que o coração já não mais estava ali, naquele divino momento de prazer, em que ele era pra ser o que mais dava sentido ao que vivemos, mas infelizmente ele já estava em outra. 
 Se um dia, eu tiver que tomar uma decisão, está será Não, ao amor que morre aqui, nessas palavras, ao amor que eu me arrependo de ter me entregue tão intensamente, e ao amor, que por meras aventuras veraneias foi jogado ao mar. Para no fundo ficar, de onde tudo começou, com meu nome, com a paixão do mar por minha pessoa, e pela figura de linguagem em que eu acreditei muitas vezes que fosse um alguém, um alguém que deveria então ter se apaixonado por uma lagoa, e que não deveria ter me feito tão mal assim. 
Esperança não vai ser então, a última a morrer, e sim a primeira. Pelo menos em meu coração, depois de tanta decepção. O sopro que apaga uma vela, não reacenderá mais para mim. 
Ana Carolina

  
"Paz, eu quero paz
Já me cansei de ser a última a saber de ti
Se todo mundo sabe quem te faz
chegar mais tarde
Eu já cansei de imaginar você com ela
Diz pra mim
se vale a pena, amor
A gente ria tanto desses nossos desencontros
Mas você passou do ponto
e agora eu já não sei mais...
Eu quero paz
Quero dançar com outro par
pra variar, amor
Não dá mais pra fingir que ainda não vi
As cicatrizes que ela fez
Se desta vez
ela é senhora deste amor
Pois vá embora, por favor
Que não demora pra essa dor
sangrar."

Marcelo Camelo


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